Exploração sustentável das riquezas naturais do Distrito do Saí é discutida com representantes da Fundação Boticário
Exploração sustentável das riquezas naturais do Distrito do Saí é discutida com representantes da Fundação Boticário

O prefeito Renato Gama Lobo recebeu, na tarde desta terça-feira (23), a visita de dois biólogos da Gerência de Economia da Biodiversidade da Fundação Boticário, Thiago Piazetta Valente e Juliana Ribeiro, que vieram conversar sobre a possibilidade de se criar, junto com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, um grupo de trabalho para discutir formas de exploração sustentável das riquezas naturais de São Francisco do Sul, em especial do manancial de água e da reserva de Mata Atlântica do Distrito do Saí. A visita foi intermediada pela concessionária Águas de São Francisco do Sul, por meio do presidente Carlos Roma.
Renato Gama Lobo destacou a riqueza do meio ambiente da parte continental do município de São Francisco do Sul. Temos essa riqueza natural na Vila da Glória, a Mata Atlântica e o manancial que abastece de água o município. A ideia é encontrar explorar de forma economicamente sustentável o Continente, e creio que a Fundação Boticário, com sua expertise na criação de unidades de conservação e RPPNs (Reservas Particulares de Preservação Natural), pode ajudar neste sentido, disse o prefeito.
O secretário de Meio Ambiente, Gabriel Conorath, apresentou aos biólogos um esboço do Plano Municipal da Mata Atlântica, que deverá ser discutido no CMMA Conselho Municipal do Meio Ambiente, na próxima semana, e ser apresentado em audiência pública no mês de agosto. O plano prevê a criação de uma Unidade de Conservação no Distrito do Saí, para potencializar o ecoturismo e desenvolver um plano de manejo para exploração sustentável dos recursos da região da Vila da Glória. Segundo Conorath, existe um contrato assinado pela Prefeitura com a UFSC Universidade Federal de Santa Catarina, com recursos do Ministério Público Federal, para elaboração de um estudo detalhado de todo o Distrito do Saí. O município também aguarda a liberação de R$ 159 mil, por parte do Ministério do Meio Ambiente, para a construção de uma "casa consciente" próximo à nascente do Rio Caju.
De acordo com os biólogos, o capital natural é a base do processo para potencializar as ações dos agentes envolvidos na iniciativa. Existem os mecanismos econômicos de conservação e formas de articulação das fontes de recursos para projetos como este. A Fundação Boticário vem trabalhando há 30 anos no apoio a pesquisas de ponta em conservação. Mas a base de tudo já existe, porque, sem as nascentes de água preservadas, não há como desenvolver projetos de turismo ecológico, por exemplo, disse Thiago Valente.
O presidente da Águas de São Francisco do Sul, Carlos Roma, que levou os biólogos para conhecer o projeto da primeira Estação de Tratamento de Esgoto do município, em construção no bairro Majorca, ressaltou que muitas parcerias semelhantes a essa com a Fundação Boticário vão surgir ao longo do período de concessão para abastecimento de água e esgotamento sanitário. Tem muita coisa para aparecer nos próximos 30 e poucos anos de concessão que estão por vir, disse.